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Curso – História Prática da Dança no Brasil 2023

Realizado de 7 a 10 de setembro de 2023 na Praça das Artes em São Paulo, SP.

A 3ª edição do CURSO HISTÓRIA PRÁTICA DA DANÇA NO BRASIL propõe a vivência PRÁTICA de danças desenvolvidas no Brasil ao longo dos séculos e suas relações com seus contextos históricos, sociais e filosóficos. Nesta edição, praticaremos a dança do boi-bumbá de Parintins, samba de gafieira, carimbó e lundu do Marajó, a dança do mestre-sala e da porta-bandeira, maculelê, a dança da ema (kipae) e a Sipúterena, da aldeia Terena Kopenoti.

Transitando por danças indígenas, por danças das diásporas centro-africanas e da África do Oeste, pelas danças populares do período colonial, por danças nos salões da corte e nos terreiros no Brasil no século XIX e por danças populares urbanas dos séculos XX e XXI, este curso traça uma perspectiva prática da História do Brasil por meio da dança e reflete sobre como os diferentes contextos políticos, sociais e culturais influenciaram e foram influenciados pelas danças desenvolvidas e praticadas no país.


DANÇA DO MESTRE SALA E PORTA BANDEIRA

Este encontro aborda o complexo cultural representado pela dança do casal de mestre-sala e porta-bandeira, bailado de fundamento com gestos baseados na proteção e apresentação do Estandarte, símbolo maior que unifica comunidade, território e Escola de Samba. Quem conduz os participantes neste bailado é a porta-bandeira Adriana Gomes. Ministrante: Adriana Gomes (São Paulo-SP).

BOI BUMBÁ DE PARINTINS

A dança presente nas coreografias do boi-bumbá apresenta aspectos que se relacionam com a história do festival de Parintins, que ocorre todos os anos na cidade de mesmo nome, no Estado do Amazonas. O festival é fundamentalmente construído a partir da rivalidade entre dois grandes grupos: o Garantido, fundado em 1913 e que leva a cor vermelha, e o Caprichoso, fundado no mesmo ano sob a cor azul. Ambos os bois possuem elementos sofisticadíssimos, chamados “itens”, que configuram uma verdadeira ópera popular a céu aberto. Quem conduz os participantes nesta oficina é Élio Siqueira, um dos coreógrafos do boi Garantido. Ministrante: Elio Siqueira (Parintins-AM).

SAMBA DE GAFIEIRA

A partir do século XIX, de norte a sul do país há registros da presença de mestres de dança franceses e italianos ensinando passos para damas e cavalheiros que aspiravam se aproximar, cada vez mais, dos círculos da Coroa Portuguesa. Ao mesmo tempo, nas camadas populares, as danças de salão também passavam a ser praticadas, traduzindo-se os passos sob outras influências musicais: não mais os violinos barrocos dos salões imperiais, e sim os cavaquinhos, surdos e pandeiros. Este workshop prático aborda o samba de gafieira do início do século XX a partir da experiência de João Carlos Ramos, professor, dançarino e coreógrafo carioca. Ministrante: João Carlos Ramos (Rio de Janeiro-RJ).

LUNDU/CARIMBÓ

Alvo de diversas proibições e repressões, a prática do lundu enfrentou muitas polêmicas ao longo dos tempos. Dançado nos terreiros pelos povos que foram raptados e trazidos escravizados ao Brasil a partir do século XVII, a dança de movimentos rebolados e sensuais provocou controvérsias tanto na corte portuguesa quanto na Igreja Católica, tendo sido proibida no Brasil e em Portugal durante longo período, fato que acendeu ainda mais a curiosidade para esta dança. Embora tenha se transformado em canção urbana, recomposta no século XX por músicos que preconizaram o samba no Brasil, uma modalidade de lundu é bastante praticada, atualmente, no Estado do Pará, indicando um encontro entre a dança centro-africana e a encantaria indígena, assimilando figuras como o boto e a mãe d’água. Ministrante: Mestra Amélia (Ilha de Marajó-PA).

DANÇA DA KIPAE (DANÇA DA EMA) E DANÇA SIPÚTERENA

Kohixoti Kipaé é uma dança tradicional do povo Terena executada ao som de tambores, flautas e da percussão de grandes taquaras. Nela, há diversas relações com a ema, ave que estabelece uma importante conexão com a mitologia Terena, além de emprestar suas penas para a confecção de saias e cocares, de acordo com a tradição. Nesta oficina, coordenada por um grupo da aldeia Kopenoti, os participantes conhecerão os movimentos coreográficos e a relação da dança com aspectos da guerra e dos deslocamentos territoriais dos Terena no território brasileiro, expressos através da dança. A dança masculina é o Kipae (ema) e a feminina, a Sipúterena. Ministrante: Aldeia indígena Kopenoti – Etnia Terena (Araribá-SP).

MACULELÊ

Uma dança que simula um combate rememora lendas associadas à luta pela sobrevivência. O tráfico e a escravização de pessoas principalmente da África centro-ocidental e da África do Oeste foi o motor para a operação da empresa colonial portuguesa no Brasil. A resistência ao sistema colonial fez emergir uma poderosa cultura, que encontrou no bailado combativo do maculelê um dos suportes de resistência e de reconstrução das culturas originárias dos povos africanos escravizados. Ministrante: Valmir Martins (Santo Amaro-BA).